Eu cresço e amadureço pelo silêncio.
Por este silêncio pleno, interno,
no qual eu não mais me permito
encobrir algo
com o corre-corre de minha vida.
Ali se me torna claro
quem eu sou,
de onde eu venho
e para onde eu vou,
quem eu posso ser
e quem eu não quero ser mais.
Nesse silêncio
cai toda a artificialidade;
eu me torno mais real –
eu me torno aquele
que eu sou.
Talvez temamos o silêncio
por ser mais difícil esconder-nos nele
e por ele tornar
nossa insuficiência visível.
Mas justamente aí é a encruzilhada para o crescer.
Aí sucede, muitas vezes, o romper
para uma nova evidência.
SCHAFFER, Ulrich. Crescer, amadurecer: poemas meditativos. 2.ed. São Paulo: Antroposófica. 2008, p.35