É em Mateus, capítulo 2, que há referência a “uns magos” vindos do Oriente, quando do nascimento de Jesus. Não se tem notícia de nenhuma referência histórica, qualquer que seja. Mateus não revela os seus nomes e sequer se teriam sido três, apesar de indicar que presentearam a Jesus com ouro, incenso e mirra.
Não sou pesquisador preocupado em encontrar comprovações. Mas aprendi que foi um monge inglês, de nome Beda, do século VIII, quem contou seus três nomes: Melchior, Gaspar e Baltazar. Provável ele escreveu do que recebeu de outra fonte ainda mais antiga ou de tradição oral. E, talvez também tenha sido o Beda a afirmar suas localidades e que além de magos, eram reis, e que seus presentes eram ornados por uma simbologia própria e mística.
Não foi apenas em razão do meu desejo em ser seminarista quando jovem que assim aprendi. Admiro os três reis magos. Não preciso de documentação histórica para saber comprovadamente que místicos sonham e persistem seguir seus sonhos, caminhando longos percursos iluminados por uma estrela que aponta a direção de uma criança. Não preciso de método para recordar a magia e o mistério em perseguir minha trilha, buscando transformar meus tesouros do Ser nos presentes que posso e consigo entregar.
Tal como o poema de Rudolf Steiner
SE QUISERES FESTEJAR O NATAL
Rudolf Steiner
Se quisermos festejar o Natal
De modo cristão, deverá existir
Em nós próprios um Pastor e um Rei.
Um Pastor que ouve o que outras
Pessoas não ouvem, e que
Com todas as formas de dedicação
More logo abaixo do céu estrelado;
A esse Pastor, anjos anseiam por
Revelar-se.
E um Rei que distribua dádivas;
Que não se deixa guiar por nada mais
A não ser pela estrela das alturas.
E que se põe a caminho,
Para ofertar todas as suas dádivas
Ao pé de uma manjedoura.
Mas além do Pastor e do Rei
Deverá existir também em nós,
uma Criança
Que quer nascer agora!